O pacote de dados móveis acaba sempre na pior hora, né?!
Precisa fazer um pix? Você não consegue! Tem que enviar um currículo? O email não carrega! Daí o jeito é caçar um wifi aberto, pedir pra alguém rotear ou gastar o dinheiro que não se tem com maaais um pacote.
A verdade é que, independentemente do jeitinho que a gente precisa dar em momentos como esse, não dá mais pra viver sem internet no dia a dia. Ela virou um serviço essencial.
Isso faz a gente questionar por que algumas pessoas têm mais dificuldade de conseguir acessar a internet do que outras.
Este é um problema que não afeta só você, mas milhões de brasileiros.
Quem é mais pobre tem menos acesso à internet
Pessoas das classes C, D e E têm acesso à internet móvel em apenas 23 dias por mês, em média. É o que aponta a pesquisa “Barreiras e limitações no acesso à internet móvel e hábitos de uso e navegação na rede nas classes C, D e E”, realizada pelo Instituto Locomotiva a pedido do Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (Idec).
Conexão boa? Vai depender do seu CEP!
A disparidade no acesso à internet também é influenciada pela localidade onde o consumidor mora. Regiões mais afastadas dos grandes centros urbanos pagam mais caro pelo mesmo serviço.
Desde 2016 as operadoras de telefonia utilizam o seguinte modelo de negócio:
Você compra um pacote de dados, que é chamado de “franquia de dados”.
Este modelo é baseado numa combinação entre a franquia de dados e o zero
rating (tarifa zero, traduzido do inglês).
Ou seja, as operadoras oferecem uma quantidade limitada de dados para a internet móvel com a justificativa de que o acesso a alguns aplicativos é livre e gratuito. Assim, ao invés de você ter uma internet contínua e a liberdade de acessar o que quiser, na verdade fica restrito a utilizar somente os apps que as empresas querem.
Restringir a internet e liberar o uso de dados apenas para alguns aplicativos são crimes!
Ao interromper um serviço essencial no dia a dia das pessoas, as operadoras de telefonia ferem a Constituição Federal, que afirma que a atuação do mercado tem como objetivo principal “assegurar a todos uma vida digna”.
O modelo de franquia de dados combinado com o zero-rating também descumpre o princípio da neutralidade da rede, previsto no Marco Civil da Internet (Lei 12.965/2014).
Em resumo, o princípio estabelece que não pode haver discriminação sobre aquilo que trafega na rede, para que não existam “preferidos” em sua utilização. Mas isso é exatamente o que o zero rating faz, já que “libera” a passagem de dados apenas de determinados aplicativos.
O Marco Civil ainda acrescenta que a internet tem que ser aberta e que deve haver oportunidades iguais para diversos atores, serviços e usuários em seu uso.
Isso significa autonomia para que você possa escolher o que quer acessar, em quais plataformas e aplicações desejar.
À medida que as operadoras restringem o acesso à internet a apenas alguns aplicativos, elas contribuem para a desinformação da população.
Quem usa apenas as redes sociais para se comunicar, recebe uma enxurrada de informações sem ter a chance de clicar em links ou pesquisar as informações em outros canais ou verificar as publicações originais.
É por isso que a gente propõe o fim do atual sistema de franquia de dados!
Os planos de internet precisam garantir uma velocidade mínima para utilização após o consumo dos dados comprados. A gente quer que a internet seja contínua, para que você tenha a liberdade de acessar o que quiser, sem nenhuma restrição.
A campanha #LiberaMinhaNet é sobre
igualdade de acesso e transparência nos
serviços prestados à população.
Já tem uma galera somando na campanha #LiberaMinhaNet
Pela defesa dos direitos digitais, a Coalizão Direitos na Rede defende o acesso universal à infraestrutura da internet, proteção à privacidade e aos dados pessoais, garantia da liberdade de expressão e de uma governança da internet mais inclusiva.
Centro de pesquisa independente e interdisciplinar que fortalece os direitos humanos na área digital com pesquisa, incidência política e comunicação, eixos importantes para democratizar o debate sobre internet, sociedade e novas tecnologias.
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